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Mensagem: CRÔNICAS DO RAPHAEL REYS O que é bonito merece repeteco, Reinaldo Oliveira (ex Emater) e este escriba que vos escreve – encontramos algumas crônicas do saudoso Raphael Reys que até hoje nos encantam. Ademais, Montes Claros precisa valorizar as Histórias e as Estórias da nossa cidade, neste sentido o Site montesclaros.com poderá contribuir com as letras em crônicas e causos do escritor e historiador catrumano. ALTA VELOCIDADE (*) Transcorria o ano de 1976 nos folclóricos Montes Claros. Terminada a construção da BR 135, ainda sem a camada asfáltica, e os acidentes se sucediam; dada à poeira que se fazia, provocada pelo trânsito constante de veículos, indo e vindo rumo à Capital. A imprudência imperava, na emoção em se usar o novo. Walduck Wanderley preparara uma viagem a Belo Horizonte em uma caminhonete importada. O motorista escolhido fora Lincoln Mesquita, conhecido corredor e maluco por emoções. Na ocasião insistiram em levar o Zé Amorim, com o restante da turma para que a viagem e a estada na Capital fossem agradáveis e divertidas. Zé recusava-se a ir alegando que não viajava com doido no volante. A turma, entretanto, já combinaram em não ceder, e acabaram por levá-lo, mesmo contra a sua vontade, já que sabia do risco que se fazia uma viagem daquelas. Referindo-se a Lincão, disse: Esse homem é um horror! Um perigo para a vida de um pai de família! Amorim desconhecia que Lincoln já houvera alterado o velocímetro do carro, para que na leitura, mostrasse uma velocidade superior a real, tudo no intuito de provocar medo no Zé, que temia por correrias em estradas de terra. Logo que saíram da cidade, o velocímetro marcou cem quilômetros. Todos olhavam disfarçadamente, e notaram já os primeiros sinais de contração facial do Zé. - Cento e vinte - alguém falou, já provocando: Olha, Walduck, a velocidade desse carro, é possível isto numa estrada desta? Os dedos do Zé já penetravam no estofamento do banco, se agarrando. Cento e quarenta – Veja Walduck, que absurdo este rapaz correndo! – Walduck respondeu, - Eu já botei mais do que isto, e não aconteceu nada. O suor escorria pela testa do nosso saudoso Zé, ensopando a camisa. Os seus pés, torcidos. Mordia os lábios! Mas permanecia calado! – Cento e sessenta, disse alguém - Este carro vai capotar. Walduck respondeu – Eu, já botei cento e oitenta, e o bicho aguentou! As provocações continuavam e o Zé, gélido de terror, suava as bicas, mas permanecia calado, evitando provocar os presentes, e os mesmos por inconsequência, incentivarem ainda mais à correria. Veio a provocação final! - Walduck falou... Bota duzentos Lincão que, eu garanto! Se tiver problemas, eu aparo o cavaco! – O Zé explodiu!... - Manda botar trezentos, carroceiro! Já estou vendo a manchete no Jornal do compadre Jair Oliveira. Empresário morre na estrada que ajudou a construir! Corpo de comerciante é encontrado a cento e trinta metros do local do sinistro. Viúva reconhece o cadáver do marido, pela arcada dentária. . . os demais ocupantes, viram mingau. Logo a seguir, tiveram que parar o carro. Ninguém mais se aguentou de tanto rir. O resto da estada em Belo Horizonte foi uma tragicomédia. Não conseguiram fazer nada. Era só lembrar-se do Zé e rolar de rir... (*) Raphael Reys (in memoriam) Por J. Ponciano N.*.
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